A alimentação saudável pressupõe ingestão suficiente de nutrientes para que crianças consigam atingir o crescimento e desenvolvimento normais, assim como a prevenção de doenças relacionadas com alimentação. As doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares são responsáveis por altas taxas de morbi-mortalidade no mundo todo.
Para cada idade existe uma orientação e adequação de nutrientes a serem ingeridos.
Até os 6 meses de vida, o leite materno é o alimento mais importante para o bebê – e a Organização Mundial da Saúde recomenda que nessa fase a alimentação seja feita exclusivamente dessa maneira. A partir dos 6 meses começa a alimentação complementar. O leite e seus derivados ainda são importantes, mas a papinha deve apresentar quatro grupos alimentares: do carboidratos (arroz, macarrão, batata, etc), das leguminosas (feijão, lentilha, grão de bico, etc), proteína animal (carne vermelha, branca, etc.) e o grupo das hortaliças, verduras e frutas.
A partir do primeiro ano, além de refeições com todos os grupos alimentares, o que não pode faltar é variedade. Pesquisas mostram que a criança forma seus hábitos alimentares até os 2 anos. Por isso, é importante apresentar os mais diversos alimentos, principalmente legumes, verduras e frutas, para garantir boas refeições no futuro.
Dos 2 aos 3 anos as necessidades alimentares não mudam, mas a criança torna-se mais seletiva. Isso pode assustar os pais, e a tendência é passar a oferecer alimentos mais agradáveis ao apetite infantil. O perigo é ela se habituar à má alimentação e não ingerir todos os nutrientes de que precisa, o ideal é continuar investindo em variedade, sem ceder aos apelos da criança por doces e guloseimas, mesmo que o apetite dela diminua.
A partir da pré-escola começa uma fase de manutenção. A criança já sabe o que gosta, mas também experimenta o que não conhece. Também é uma fase em que o pequeno entrará em contato com outros tipos de comida, seja na escola, na casa de amigos, no restaurante que a família frequenta. É importante ter cuidado com alimentos hipercalóricos, industrializados e fast foods, que podem levar à obesidade. Os escolares que adotarem hábitos alimentares adequados e estilo de vida saudável, terão melhor qualidade de vida na fase adulta.
Na puberdade, a criança passa por um estirão. Há aumento de apetite e muitas vezes ela começa a comer fora de casa sistematicamente. Existe o risco de perder ou modificar o hábito saudável adquirido antes. Ela sofre influência do meio e tem maior independência. É preciso ficar de olho na tendência para engordar e no consumo exagerado de refrigerantes, sucos artificiais e bebidas à base de soja, que podem comprometer a ingestão de cálcio.
Na adolescência, o estilo de vida põe em risco a alimentação. Os hábitos alimentares passam a ser influenciados pelos padrões do grupo de amigos, pelos horários da escola, pela prática de esportes, por festas, modismos, regras sociais, excesso de atividades sedentárias e alterações emocionais da idade. A dieta deve ser orientada pelo estilo de vida. Normalmente o adolescente que possui atividade física regular precisa de uma oferta calórica e proteica maior, em decorrência do crescimento e da restrição a gorduras.
Em período de crescimento as refeições devem ser ricas em nutrientes como cálcio, proteína, ferro e vitaminas A e C, que estão fortemente ligados ao padrão de crescimento, formação de ossos e músculos e garante assim um crescimento saudável.