O dia 11 de outubro é oficialmente o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade. Se por um lado as ações para prevenção e tratamento da doença mostram avanços, por outro, os números ainda são alarmantes: De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 1,6 bilhão de adultos no mundo está com excesso de peso e ao menos 400 milhões desses são obesos.
A obesidade é considerada uma doença crônica, não transmissível e inflamatória, caracterizada não só pelo excesso de gordura no organismo, mas pela desproporção da distribuição de gordura. O excesso de gordura intra-abdominal ou visceral é considerado um fator de risco maior que o excesso de peso total.
De causa multifatorial, envolve questões biológicas, econômicas, sociais, políticas e culturais. A genética contribui com menos de 10% dos casos e outros fatores de obesidade, como comportamento alimentar, sedentarismo e prática da atividade física, possuem maior influência sobre o excesso de gordura corporal. Algumas doenças endócrinas, como hipotireoidismo e problemas no hipotálamo, representam menos de 1% dos casos de excesso de peso.
E como podemos combater essa epidemia mundial?
O corpo, para emagrecer com eficiência, deve ter um aporte calórico diário menor. Quando a pessoa ingere mais calorias do que gastou por dia, o excesso de calorias é transformado em gordura. O inverso também é verdadeiro, se a pessoa gastou mais calorias do que ingeriu, a gordura será metabolizada. Ter um saldo energético negativo diário pode parecer insignificante, mas somando-se em um mês, um ano, é observado uma perda eficiente de massa gorda. Essa redução de calorias deve ser feita de uma forma sustentável e orientada pelo profissional nutricionista. A redução – e não a eliminação – dos alimentos nocivos deve ser encorajada com refeições em momentos estratégicos, substituição de carboidratos por proteínas ou saladas, hidratação oral abundante e aumento de fibras, o que aumenta saciedade.
Deve-se fazer um programa de atividade física aliada a uma dieta. O profissional deeducação física deverá fazer um programa que alie exercício aeróbico com trabalho de musculação. Programas que conjuguem esses dois tipos de exercícios têm um resultado mais eficaz. A musculação é excelente, pois, com o crescimento muscular, aumenta também o gasto calórico diário. Além disso, a taxa metabólica basal individual é aumentada, fazendo com que o gasto calórico em repouso cresça, consequentemente metabolizando a gordura individual. Lembre-se que devem ser respeitados os limites de cada paciente, por exemplo, pacientes com dores articulares se beneficiam mais de atividades na água ou sem impacto.
O terceiro passo é aceitar as mudanças e se prevenir de recorrências. Primeiro, não desanime, é normal algum ganho de peso na troca de gordura por massa muscular decorrente da atividade física. Evite situações em que o abuso de comida é provável. Evite álcool. Tente identificar os gatilhos emocionais que levam ao abuso de comida e, quando possível, evite-os ou entenda o efeito que eles têm sobre você. Isso vai permitir identificar o que é fome e o que é substituição de outra necessidade. Identifique e documente seu progresso. Buscar o equilíbrio da mente, do corpo e do espírito são pontos relevantes para se garantir uma boa saúde. Ter disciplina e criar o hábito da prática de exercícios, além de respeitar os limites do corpo, também ajuda a desenvolver de maneira mais satisfatória a vida e garante que muitas doenças fiquem longe de problemas de saúde.
A obesidade pode ser diagnosticada através do cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). O que é e como calcular?
O IMC, que significa Índice de Massa Corpórea, relaciona o peso corporal com os riscos para a saúde. É uma medida simples do peso em relação à altura, habitualmente utilizada para calcular o excesso de peso ou a obesidade dos adultos. Porém, é importante lembrar que o IMC é apenas um dos indicadores para a obesidade. Logo, outros fatores também devem ser analisados, como por exemplo: hábitos alimentares, tipo de atividade física, colesterol, tabagismo, etc.
Para calcular o seu IMC, divida seu peso atual pela sua altura ao quadrado. Por exemplo, se você pesa 60 kg e mede 1,70 m de altura, divida 60 por (1,70 x 1,70).
O resultado do IMC não é válido para atletas com musculatura desenvolvida e praticantes de esportes como halterofilismo, ciclismo, triatlo ou algumas modalidades de atletismo. A massa muscular desses atletas representa grande parte de seu peso.
Se você tem mais de dezoito anos, pode interpretar o resultado na tabela abaixo:
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Fonte: WHO Expert Commitee, 1995
Larissa Mathias, nutricionista Hortifruti.